domingo, 11 de novembro de 2012

te prefiro


te prefiro
às estrelas que ardem exuberâncias distantes
à revoada de pássaros tampando o céu em arrogância
à cintilância cegante do sol sobre a neve
ao erosivo ressoar do vento constante nas pedras
ao sedutor arco-íris enclausurado nas jóias

te prefiro mancha cinza sob papel azul
onde me informa e mais de mim desvendo

lendo o lento desdobrar de tuas formas
em caleidoscópico desenlace
quando enfim o toque de teus frios dedos
dedilham lágrimas mornas sobre a face


te prefiro
e da linha de tiro
com que me firo
te tiro


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