segunda-feira, 16 de setembro de 2013
monólogos monótonos
tabula rasa cimenta-se com fábula
por total esgotamento, silenciou-se o bate-papo animado
duas pombas levantaram voo. uma arriou
contradições se fazem à custa de muito raciocínio lógico
no encontro perde a palavra e encontra o embaraço
na crista da onda surfam eletrônicos chocantes
na depressão, a chuva formou poças e a vida floresceu
sábado, 17 de agosto de 2013
the living dead
a poem is like a virus
neither living nor dead
it doesn't move
it doesn't breath
under heaps and heaps
of earthen material
under tons of rotten dust
all wrapped up
in crumbling yellow pages
it awaits
it then spreads
as soon as you touch it
it still doesn't breath at all
but it inspires you
and then disseminates
. . .
a poet is like a zombie
neither living nor dead
it moves but goes nowhere
its breath, long taken away
under heaps and heaps
of dead poet corpses
under tons of rotten dust
all wrapped up
in ragged yellow pages
babbling and gushing non-sense
it awaits
it then awakes
as soon as it smells
your fresh brain
it's inspired by your fear
but one bite suffices
and it disseminates
then all the babbling and gushing
starts to make sense
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
domingo, 11 de agosto de 2013
quinta-feira, 30 de maio de 2013
teus olhos fedem
teus olhos fedem
fingem-se mortos, opacos
sem brilho de lágrimas
semi-cerrados qual punho
impondo-se aos outros
pelo gesto
teus olhos ferem
ferem aos meus
ferem aos deles
são feras carniceiras
implorando sobras
para alimentar
tua cegueira
teus olhos fedem
tao
todas as portas são abertas
todas as curvas são retas
todos os obstáculos
meros oráculos
ao homem que sozinho
conhece o caminho
domingo, 26 de maio de 2013
cortesã
enfeita-se de orvalho
traz à boca rimas de hortelã
verte cores pelas curvas de seda
e na hipnose das pantomimas
tantas são que miseravelmente falho
ex-algoz a implorar-te que me ceda
o prazer de tua leitura
hoje pura, ontem vã
da cegueira
alguns se contentam em apenas ser gado
e cegos seguirem um pastor pelos prados
que afasta os perigos e lhes cuida o couro
para ter bom lucro lá no abatedouro
a outros basta voar livre pelos ares
e não ser abater se não encontrar seus pares
pois abatido já será pelo dia
ou na cegueira noturna e luzidia
pois quando na escuridão, queremos luz
e qualquer penumbra à sombras seduz
que nos contentamos com jogos de sombras
e a verdadeira luz nos cega e assombra
enxergamos apenas o que queremos
não cremos no corpo cremado que vemos
quinta-feira, 18 de abril de 2013
platéia
vida, lúdica vida
ora teatro, ora um jogo
onde tudo vale, tudo é engodo
importa vencer e domar a platéia
ganhar aplausos e marcar ponto
ninguém pergunta o porquê
para quê tanto drama e disputa
para agradar alguém que não se vê
quarta-feira, 17 de abril de 2013
a floresta
o que que
quando morrem as palavras na garganta
não recebem funeral
nem ganham vida eterna
o circo prossegue o espetáculo
o palhaço-equilibrista-mágico sorri enigmático
em meio ao duplo mortal vira pombo e voa
ontem o sol sorria
hoje chove
amanhã não importa
nas ruas os passos mal se olham
pisam com convicção sobre velhas trilhas
e quando param e vislumbram a sua, está apagada
que dirá a janela ao pôr-do-sol?
não se despede, pois sabe de sua rotina
mas range e trinca o dente
e toda essa cerca em volta dos campos
não é senão uma tosse de gargante irritada
e as ovelhas conhecem atalhos pra se perder
declarei minha alma em meu imposto de renda
bem inalienável e imóvel
aguardo uma pequena devolução
café na chuva
tomado a um só trago
fez um belo estrago
e o dia, malemolente
acordou de mau humor
e tirou do céu a cor
prevejo, minha gente
chuvas e trovoadas
o que mais espero? nada
sexta-feira, 8 de março de 2013
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
nessa vida de vaidade
nessa vida de vaidade
tudo que reluz é ouro
e aos olhos brilha e arde
e se fecham morredouros
sábado, 2 de fevereiro de 2013
com lágrimas parte o dia
com lágrimas parte o dia
das promessas nada resta
resmunga em monotonia
o precoce fim da festa
geram detritos atritos
geram detritos atritos
e se bem fortes, faíscas
e admirado as fito
gerando flamas ariscas
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
gente nova, velhos ódios
gente nova, velhos ódios
e muito ressentimento
querem tanto nesse pódio
decantar com sentimento
camadas
ó mundo, velho mundo
essa grama que ora cresce, ora inflama
que breve cobre a nudez da tua crosta
na chuva sonha-se imutável rocha
mas é lava que desce e muda
e triste assenta-se cinza em camadas
que alimentarão gerações futuras
domingo, 27 de janeiro de 2013
presente, sempre comigo
presente, sempre comigo
passado, me abandonou
desolado em frente sigo
atrás do futuro gol
sábado, 26 de janeiro de 2013
ode ao lugar comum
sento-me diante do sagrado trono
e como meus semelhantes lambo teu chão
ó sagrado solo, que tantas lágrimas
trazes ao mundo todo dia e a alegria
oprime-lhes ao coração
vede toda essa gente analfabeta
que em teu nome clama por tanta fama
e malfadadas por tão pouco se inflamam
em piras várias em teu louvor
bendito este espaço por onde tantos passos
caminham e esgotados dormitam vagabundos
em busca duma qualquer linha reta
que os tire dos círculos sem fundo
um experimento sem métrica, tema que não ele mesmo ou mesmo rimas, quiçá ricas
lançados todos ao mar
lançados todos ao mar
rostos mil, um só pavor
um ao outro a se agarrar
tal qual fosse um salvador
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
vinho em copo de cachaça
vinho em copo de cachaça
trago suave, e os brindo
o que contém, não a taça
é o que traz à alma abrigo
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
como está sua vida?
minha vida está de férias e me deixou a sós com a solidão
ela está sempre comigo, mas é mais calada que eu
ainda não consegui quebrar o gelo ou mesmo enxugá-lo
vou tocando bola pra frente, tocando de escanteio
quem sabe de repente, no afã de fazer gol
a bola bata na trave e acerte a infeliz
ficaria então com a paz
e aí tanto faz
se vida ou morte
adentre pela porta
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
ao poeta chorumelas
tu, que derretendo-te todo em lágrimas
fazes de senhoras tuas companheiras
a soluçar junto de ti tão cheias
d'esperança pela seguinte página
tu, que não largas dessa pena fálica
e com ela açoitas e as incendeias
como voraz o fogo na madeira
até somente serem cinzas pálidas
tu, que a fumá-las uma após a outra
não sentes remorso, não sentes nada
apenas inspiras a fumaça solta
tu sabes bem o que te espera ao fim
quando teu peito arfar qual dor d'amada
virei cobrar-te o pó que fizeste a mim
domingo, 20 de janeiro de 2013
o cotidiano segue amargo
o cotidiano segue amargo
todos empenhados em suas tarefas
por vezes deixo de lado meu fardo
e contemplo o que o labor acarreta
mas triste vejo que a água no barco
sendo a mesma que nos pôs em alerta
não deixa que o medo passe ao largo
ninguém comenta do que nos afeta
falamos de direções e do tempo
cantamos e bebemos desatentos
ocupações de mentes condenadas
pois não sabemos para onde vamos
e a retirar água nos condenamos
aqui nessa prisão em meio ao nada
sábado, 19 de janeiro de 2013
hoje me despi
hoje me despi
não das roupas
e do cotidiano somente
me despi de mim
de minhas formas
de meu rosto
de minhas normas
e gostos
ninguém me viu
nem ouviu
se ouvisse
teria sido meu assobio
como o mundo é tranquilo
sem eu por perto
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
não precisa de mudança
não precisa de mudança
minha ou tua, esse mundo
a sós ele baila e dança
mil revoluções a fundo
procurou dentro do balde
procurou dentro do balde
não achou nem sombra d'água
na sombra, qual seco caule
engole suas secas mágoas
sábado, 5 de janeiro de 2013
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
trago na mão um copo vazio
trago na mão um copo vazio
após um trago mais dois
mais um trago e sinto frio
estrago foi feito pois