segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
gente nova, velhos ódios
gente nova, velhos ódios
e muito ressentimento
querem tanto nesse pódio
decantar com sentimento
camadas
ó mundo, velho mundo
essa grama que ora cresce, ora inflama
que breve cobre a nudez da tua crosta
na chuva sonha-se imutável rocha
mas é lava que desce e muda
e triste assenta-se cinza em camadas
que alimentarão gerações futuras
domingo, 27 de janeiro de 2013
presente, sempre comigo
presente, sempre comigo
passado, me abandonou
desolado em frente sigo
atrás do futuro gol
sábado, 26 de janeiro de 2013
ode ao lugar comum
sento-me diante do sagrado trono
e como meus semelhantes lambo teu chão
ó sagrado solo, que tantas lágrimas
trazes ao mundo todo dia e a alegria
oprime-lhes ao coração
vede toda essa gente analfabeta
que em teu nome clama por tanta fama
e malfadadas por tão pouco se inflamam
em piras várias em teu louvor
bendito este espaço por onde tantos passos
caminham e esgotados dormitam vagabundos
em busca duma qualquer linha reta
que os tire dos círculos sem fundo
um experimento sem métrica, tema que não ele mesmo ou mesmo rimas, quiçá ricas
lançados todos ao mar
lançados todos ao mar
rostos mil, um só pavor
um ao outro a se agarrar
tal qual fosse um salvador
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
vinho em copo de cachaça
vinho em copo de cachaça
trago suave, e os brindo
o que contém, não a taça
é o que traz à alma abrigo
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
como está sua vida?
minha vida está de férias e me deixou a sós com a solidão
ela está sempre comigo, mas é mais calada que eu
ainda não consegui quebrar o gelo ou mesmo enxugá-lo
vou tocando bola pra frente, tocando de escanteio
quem sabe de repente, no afã de fazer gol
a bola bata na trave e acerte a infeliz
ficaria então com a paz
e aí tanto faz
se vida ou morte
adentre pela porta
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
ao poeta chorumelas
tu, que derretendo-te todo em lágrimas
fazes de senhoras tuas companheiras
a soluçar junto de ti tão cheias
d'esperança pela seguinte página
tu, que não largas dessa pena fálica
e com ela açoitas e as incendeias
como voraz o fogo na madeira
até somente serem cinzas pálidas
tu, que a fumá-las uma após a outra
não sentes remorso, não sentes nada
apenas inspiras a fumaça solta
tu sabes bem o que te espera ao fim
quando teu peito arfar qual dor d'amada
virei cobrar-te o pó que fizeste a mim
domingo, 20 de janeiro de 2013
o cotidiano segue amargo
o cotidiano segue amargo
todos empenhados em suas tarefas
por vezes deixo de lado meu fardo
e contemplo o que o labor acarreta
mas triste vejo que a água no barco
sendo a mesma que nos pôs em alerta
não deixa que o medo passe ao largo
ninguém comenta do que nos afeta
falamos de direções e do tempo
cantamos e bebemos desatentos
ocupações de mentes condenadas
pois não sabemos para onde vamos
e a retirar água nos condenamos
aqui nessa prisão em meio ao nada
sábado, 19 de janeiro de 2013
hoje me despi
hoje me despi
não das roupas
e do cotidiano somente
me despi de mim
de minhas formas
de meu rosto
de minhas normas
e gostos
ninguém me viu
nem ouviu
se ouvisse
teria sido meu assobio
como o mundo é tranquilo
sem eu por perto
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
não precisa de mudança
não precisa de mudança
minha ou tua, esse mundo
a sós ele baila e dança
mil revoluções a fundo
procurou dentro do balde
procurou dentro do balde
não achou nem sombra d'água
na sombra, qual seco caule
engole suas secas mágoas
sábado, 5 de janeiro de 2013
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
trago na mão um copo vazio
trago na mão um copo vazio
após um trago mais dois
mais um trago e sinto frio
estrago foi feito pois
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