sexta-feira, 23 de novembro de 2012

os sonhos dos outros


meus sonhos, a mim tão caros e pequeninos
pela maré cobertos de espuma, em areias
no abismo dormindo, encantados por sereias
sonham-se moradas de cavalos-marinhos

agora que se foram, a vida me ensina
navegar é preciso e em volta e meia
ao mar me dirijo, revolto, e pranteia
à dureza em minha voz, e à triste sina

tremo ante sua imensidão e numa fagulha
o sol a esperança reviva em minha vista
e sob os escombros dos sonhos, uma agulha

mera velha garrafa onde jaz uma carta
e ao lê-la sei-me tão pequeno que, otimista
com mais fé singro os mares em dobrada barca



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