quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

pro ninão

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um dia a mais, um dia a menos
rodando a roda, em sua rota
pés animais, todos corremos
e au aucançá-la, um lírio brota


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terça-feira, 27 de setembro de 2016

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

domingo, 25 de setembro de 2016

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encarcerados, multicelulares
seres humanos pendem, cabisbaixos
por fio tenso: o abismo lá debaixo
não causa espanto ou trocas oculares

na pequenez da cela, tão distantes
pelas janelas, longe de seus lares
escutam ao mundo, mudos, singulares
a lhes chamar plurais, mas como dantes

fazem-se surdos. cegos, ignorantes
crendo-se reis, prostrados. por pesares?
não, pelo próprio umbigo, indigesto

no microscópio, seres celulares 
levam no elevador. cabeça abaixo
num cumprimento: somos nossos gestos



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segunda-feira, 19 de setembro de 2016

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lençol no asfalto...
ora roda, ora pista
mais outra alma jaz


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lei

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domingo, 18 de setembro de 2016

sábado, 17 de setembro de 2016

confronto

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deita-se à sombra
de densos desdizeres
como quem diz:

de tua foz
seca e amarga
por seixos me deixo
rolar para bem além
de teu tortuoso
burburinho

e impulso pega
pois a correnteza
veloz com seu vai e vem
tal como o gozo
uma hora, via de regra
finda-se, com certeza

e é abrupto
o choque insensato
um inglório cessar-fogo
no palavrório corrupto
quando já sem fôlego
cala-se frente ao fato:
o mar, tão fundo e vasto



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sexta-feira, 16 de setembro de 2016

ciclo econômico

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moeda
no chão
achada
é sorriso
em boca sem siso
desdentada
cheia de pão

inflação
desmesurada
despudorada
após agachada
cobre onde piso
pela calçada
da menos nobre
cor de cobre
merda


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