quinta-feira, 25 de outubro de 2012

miniaturas acanhadas

ode ao café

cafeína vai subindo
e os olhos vão inchando
lá se foi a noite em pranto
e saúdo um dia lindo






ode a carvalho

a direita seguia em frente
atrás, Olavo de Carvalho
idéias suas, sorridente
semeava com seu caralho






precipitado

fraquejei em meu caminho
esperei minha queda em vão
meu mundo ruiu, sozinho
vou voando, sem um chão






faísca

a faísca quando solta incendeia
e só mais fogo pode contra fogo
e cá e lá voleia nesse jogo
quem quer que leia e pena devaneia


http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=232777





certo

muita gente faz Direito
porque muita gente faz errado
e aí está um potencial mercado






labuta

a chuva escorregava forte a ladeira
a chaleira assobiava pro café
à pé trazia com labuta o trabalho
assoalho diário que sempre suja






haicai pisoteado

nos olhos nuvens
no pé tragédia funesta
moscas na merda






haicai transitório

sinal vermelho
pedestres em marcha lenta
batom corre ligeiro






psalmo

uma salva de palmas pro salvador
por ele palmo a palmo fui salvo
da selva de palmas dos psalmos
salvo lido engano






paz

a paz
aquela capataz
da morte que jaz
na vida do incapaz


http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=233914





imensidão

cabe a árvore na semente
cabe o amor no homem perverso
cabe o universo na mente
cabe a imensidade no verso *


* baseado em verso de Florbela Espanca e inspirado pelo texto:
http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=229517

Nenhum comentário: